2018
Geruza Kretzer. Diversidade de usos e tipos edilícios: dinâmicas locais em Florianópolis-SC. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – PósArq – UFSC—Florianópolis: UFSC, 2018. Orientador: Renato T. de Saboya. Ver resumo
Os diferentes tipos de usos do solo são parte importante das dinâmicas das cidades e, quando em conjunto, geram uma diversidade que contribui para a vida urbana variada e complexa. As características edilícias são intimamente relacionadas à existência de diferentes usos e, portanto, podem ser determinantes para a promoção da vitalidade urbana. Apesar de alguns estudos realizados sugerirem que há uma relação entre características arquitetônicas e usos do solo, ainda deve ser melhor explorada qual a relação existente entre estes dois elementos. É com esse intuito que este estudo busca avançar no conhecimento quanto a esse fenômeno na cidade de Florianópolis-SC. Para investigação, foram extraídos 65 trechos de vias selecionadas com auxílio da sintaxe espacial e dados de densidade populacional. Foram levantados dados referentes às características das edificações e usos do solo, e na sequência, com o intuito de investigar de que modo a diversidade de usos se relaciona com os aspectos edilícios, os dados foram processados para a elaboração de gráficos de dispersão e diagramas Spacemate. Alguns trechos também foram selecionados para elaboração de uma análise pormenorizada. Os resultados obtidos indicam que trechos com maior diversidade de usos tendem a ter também maior variedade nas suas tipologias edilícias. Também há uma tendência de que trechos que contenham edificações mais próximas às vias, com uma boa densidade de aberturas e alta visibilidade, tenham uma maior chance de serem diversos. Por fim, a análise pormenorizada apontou que existe relação direta entre as configurações edilícias e a incidência de alguns tipos usos. Além disso, a complementaridade das atividades e os usos existentes no térreo das edificações mostraram ter um impacto direto na vida do espaço urbano.
Karine dos Santos Luiz. Permanências e transformações na paisagem continental de Florianópolis: os bairros Estreito e Balneário. 2018. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). Universidade Federal de Santa Catarina. Orientadora: Adriana Marques Rossetto. Ver resumo
A pesquisa buscou compreender o processo de transformação e organização dos bairros Estreito e Balneário em Florianópolis a partir da análise dos elementos morfológicos estruturantes da paisagem urbana. Com estudo do plano urbano, tecido urbano e uso do solo a partir do método da visão tripartite construído por M. G. R. Conzen (1960), tem como objetivos específicos analisar a historicidade, a dinâmica urbana, identificar diferentes períodos morfológicos e relacionar elementos urbanos da paisagem com os períodos morfológicos identificados. Pesquisas bibliográficas e documentais, análises de ortofotos e imagens de satélite e trabalhos de campo foram realizados para o estudo sistemático da morfologia urbana. O resultado revelou a historicidade e os períodos morfológicos dos bairros que intercorrem por acelerado processo de transformação urbana, categorizados a partir dos períodos históricos e períodos evolutivos. A pesquisa demonstrou que ao realizar análise morfológica da cidade, é possível evidenciar a identidade do lugar a partir de estudos que sistematizam a paisagem urbana, contribuindo para sua preservação e para o planejamento urbano.
Maria Fernanda Pezente. Urbanização e Rios: um estudo da cidade de Francisco Beltrão (PR). 2018. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). Universidade Federal de Santa Catarina, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientadora: Adriana Marques Rossetto. Ver resumo
A pesquisa trata da relação entre a cidade e seus rios. Nesta relação a urbanização que ocorre nas áreas ribeirinhas modifica os sistemas hídricos, através da impermeabilização do solo, interferência no leito do rio, degradação da mata ciliar e da ocupação irregular de suas margens. Esses fatores acabam por prejudicar a dinâmica natural do rio, resultando em carência de manancial para o abastecimento público ou mesmo de seu papel como elemento da paisagem, além das recorrentes enchentes. Nesta direção, e como contribuição às demais pesquisas, buscaremos analisar a relação entre o processo de urbanização e os cursos d´água urbanos. Para tanto, o presente trabalho, adota uma abordagem qualitativa em vista de analisar o caso do Rio Marrecas, e a cidade de Francisco Beltrão no estado do Paraná. Inicialmente faz uma análise da bacia hidrográfica e seus aspectos naturais. Logo, para compreender a forma como se estruturou o crescimento urbano, levanta os aspectos históricos de formação e evolução da cidade desde sua criação até o estágio atual, ao mesmo tempo em que verifica as alterações produzidas nos cursos d´água urbanos, relacionando com os aspectos socioeconômicos e a legislação que regulamenta a ocupação urbana. Este estudo, por fim, verifica elementos da configuração da cidade nos aspectos morfológicos, biofísicos e visuais, analisando a forma com que a cidade encontra a água, a ocupação que ocorre nas áreas de várzea, a estrutura física do corpo d´água e a identidade visual dos cursos d´água, a fim de compreender as relações estabelecidas entre a ocupação urbana e a rede hídrica. Para subsidiar a análise a escala adotada é variada; a mais abrangente trata da totalidade da bacia hidrográfica; as sucessíveis aproximações são referentes ao rio e seu entorno. Assim, é apresentada com maior ênfase a escala da cidade, que permite destacar as relações entre a cidade e a rede hídrica e a escala local relaciona o rio com o seu entorno próximo. Auxiliando na compreensão da situação atual da relação entre as águas urbanas e as cidades, evidencia-se a necessidade de introduzir os processos naturais dos rios no ordenamento da ocupação urbana, permitindo que a cidade coexista com a natureza.
Mariana Molleri de Limas. Avaliação de desempenho como ferramenta de apoio à gestão dos serviços de saneamento. 2018. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Transportes e Gestão Territorial). Universidade Federal de Santa Catarina. Orientadora: Adriana Marques Rossetto. Ver resumo
O saneamento básico é considerado uma atividade estratégica com reflexos na variável ambiental, na promoção da saúde pública e no desenvolvimento socioeconômico de um país. O setor também sofre interferências de atores com interesses diversos, o que pode comprometer os resultados esperados, apontando para a necessidade de avaliação destes serviços. No Brasil, em particular, há também um requisito legal, pois dentre outras exigências a Lei Federal nº 11.445/2007 exige a elaboração de planos municipais de saneamento, incluindo mecanismos que possibilitem a avaliação de desempenho dos serviços prestados. Diante de um cenário complexo, com vários interesses envolvidos e critérios a serem considerados, buscou-se neste trabalho apontar como a avaliação de desempenho poderia efetivamente apoiar a gestão municipal dos serviços de saneamento no Brasil, por meio da identificação de estratégias e da sugestão de procedimentos metodológicos de avaliação. Para isso buscaram-se na literatura experiências nacionais e internacionais para fundamentar a proposição das diretrizes e procedimentos de avaliação de desempenho. Identificaram-se diretrizes políticas e institucionais e diretrizes técnicas, que evidenciaram a necessidade dos planos municipais de saneamento e de seus sistemas de avaliação de desempenho serem adaptados às características e limitações de cada município e refletirem de forma mais específica a necessidade da população servida. Esta necessidade justificou o emprego de metodologias construtivistas, e por isso os procedimentos metodológicos propostos para apoiar a avaliação de desempenho dos serviços de saneamento basearam-se na etapa de estruturação da Metodologia Multicritério de Apoio à Decisão Construtivista (MCDA-C). O teste de aplicabilidade destes procedimentos visou construir uma ferramenta de avaliação dos serviços de abastecimento de água em operação, para um dado município hipotético. O teste confirmou a importância da consideração dos aspectos específicos do município, tais como sua infraestrutura institucional e técnica disponível, seus aspectos geográficos e sua vocação econômica. Evidenciou-se que é possível e desejável que, assim como os próprios planos de saneamento, os sistemas de avaliação de desempenho sejam únicos para cada contexto municipal. Além disso, o viés construtivista do método permitiu a construção de conhecimento no decisor (ator público que desempenha as funções de gestão dos serviços municipais), o que pode ser de muita valia para o avanço dos serviços de saneamento no país.
Sônia Rohling Soares. Paisagem Urbana: a inserção de atributos ecológicos ao plano diretor. 2018. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) Universidade Federal de Santa Catarina, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientadora: Adriana Marques Rossetto. Ver resumo
A inserção dos atributos ecológicos da paisagem no plano diretor é entendida nesta pesquisa como instrumento de proteção das encostas urbanas. A preocupação principal que motiva este estudo é a contínua supressão das Áreas de Preservação Permanente nas áreas urbanas brasileiras, quer seja pela necessidade de construção de infraestruturas urbanas, quer seja para a construção predominantemente de habitações, sendo importante que existam mecanismos que garantam sua manutenção. Entretanto, apenas a manutenção da vegetação nativa não garante a continuidade das funções vitais dos ecossistemas, condição fundamental para a proteção da paisagem. É preciso preservar as condições complexas do sistema como um todo. Neste estudo, buscamos aprofundar os conhecimentos dos atributos ecológicos da paisagem que estão diretamente relacionadas com a proteção das encostas urbanas, que deveriam ser inseridos no planejamento destas, mais especificamente nos planos diretores. O objetivo geral desta pesquisa foi elencar atributos ecológicos da paisagem que deveriam estar integrados/inseridos nas diretrizes e leis dos planos diretores. Para alcançar este objetivo, optou-se por uma pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa e que se valeu da busca de dados empíricos a partir da estratégia de estudos de caso. Foram definidas categorias de análise da paisagem e estudo de experiências nacionais significativas de Florianópolis, São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro no sentido de identificar os critérios ecológicos presentes nos planos diretores dessas capitais. Em um primeiro momento, selecionamos autores que tratam da abordagem ecológica da paisagem buscando identificar categorias de análise da paisagem. Em um segundo momento, identificamos os critérios ecológicos relacionados à paisagem e às encostas presentes nos planos diretores dos quatros municípios escolhidos. Por fim, estabelecemos algumas relações entre: a) os princípios da ecologia da paisagem (FORMAN, 1986), b) os critérios ecológicos encontrados nos planos diretores de Florianópolis, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, c) os atributos ecologicamente positivos da paisagem (FORMAN, 2014), d) os parâmetros urbanísticos e limites de ocupação encontrados nos planos diretores analisados. Sendo que os atributos ecologicamente positivos da paisagem também são analisados em duas outras relações adjacentes à luz do e) caráter da paisagem natural (SWANWICK, 2002) e em relação às demais f) categorias de análise da paisagem estudadas nesta pesquisa, quais sejam: unidades, operações e tipologias. De modo genérico, os resultados obtidos nesta pesquisa apontam para o fato de que os planos diretores pouco consideram atributos ecológicos entre os critérios ambientais da paisagem na ocupação urbana. Nos casos estudados, as correlações entre os atributos ecológicos da paisagem e os critérios ambientais encontrados nos planos diretores são incipientes.
2017
Letícia Barause. Espaço urbano, uso do solo e criminalidade: Forma da cidade e ocorrência de crimes na Área Conurbada de Florianópolis. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – PósArq – UFSC—Florianópolis: UFSC, 2017. Orientador: Renato T. de Saboya. Ver resumo
A violência é o reflexo da questão socioeconômica dos dias atuais. A criminalidade é o resultado de uma confluência de fatores e, apesar de estar evidente que o espaço urbano não é o principal fator explicativo, acredita-se que de alguma maneira ele influencia as escolhas do delinquente. Assim sendo, este trabalho investiga de que maneira o uso comercial e a diversidade de usos do solo podem estar associados às práticas criminosas. Apesar de estudos empíricos já realizados sugerirem que os comércios influenciam na prática de delitos, existe uma lacuna na literatura que não evidencia os usos específicos desses estabelecimentos e o seu tipo arquitetônico. Com isso, esta pesquisa buscou investigar tais especificidades dos estabelecimentos não-residenciais na Área Conurbada de Florianópolis (ACF). Como processo de investigação, foi extraída uma amostra de 100 segmentos de ruas em setores com presença de uso comercial a fim de comparar suas características arquitetônicas e de uso do solo com o número de ocorrências criminais computadas pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). A pesquisa passou por duas etapas, a primeira consistiu em analisar os dados de todos os segmentos de maneira quantitativa através de gráficos de dispersão, que cruzaram a variável dependente com as independentes, e a segunda analisou qualitativamente quatro trechos da amostra que se destacaram nas análises quantitativas. Os resultados obtidos evidenciam que comércios isolados no lote estão relacionados a maior taxa de crimes, enquanto edificações com usos comerciais e residenciais combinados se mostraram mais seguros. Ficou evidenciado também que em áreas mais densas, onde há uma certa verticalização, há menor taxa de crimes. Isso pode estar relacionado ao fato de economias em pavimentos mais altos serem menos propensas a vitimização devido às suas características arquitetônicas, além de fornecerem uma alta densidade de economias que desempenha um papel positivo na vigilância natural, propiciando mais ?olhos da rua?, enquanto as economias do pavimento térreo são aparentemente mais inseguras por possuírem características que as tornam mais fáceis de serem acessadas. Por fim, a análise qualitativa demonstrou que os usos específicos dos comércios podem estar relacionados à prática dos delitos, porém ainda não ficou evidente quais tipos influem no crime e quais ajudam na segurança. Com isto, acredita-se que pesquisas futuras devem analisar os usos dos estabelecimentos comerciais de forma mais minuciosa.
Leandro José de Almeida Cravo. Políticas públicas de uso e ocupação do solo urbano: os planos diretores e a estruturação do bairro do Itacorubi, em Florianópolis/SC. 2017. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Transportes e Gestão Territorial). Universidade Federal de Santa Catarina, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Orientadora: Adriana Marques Rossetto
David Sadwoski. Ingleses do Rio Vermelho: forma urbana, natureza e apropriação dos espaços públicos. 2017. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). Universidade Federal de Santa Catarina. Orientadora: Adriana Marques Rossetto. Ver resumo
O Distrito de Ingleses, na Ilha de Santa Catarina, aponta para uma forte dinâmica de crescimento urbano, com aumento populacional acima das médias locais e crescente valorização turística, que provocaram intensas transformações socioespaciais. A premência de soluções que coloquem a natureza em primeiro plano, e que busquem um ambiente urbano local densamente utilizado, estabelece as preocupações chave desta pesquisa. Neste sentido, entendendo que é preciso conhecer para intervir, o presente trabalho fez uma análise da forma urbana de Ingleses, com preocupações específicas relativas ao seu crescimento recente, aos impactos ambientais decorrentes desse processo, e às implicações de sua forma atual na criação de espaços públicos qualificados. Para tanto, realiza uma necessária leitura das preexistências locais, nelas inclusas a natureza e as formas de ocupação decorrentes da colonização do território, verificando os limites e possibilidades por elas colocadas. Ainda, estabelece uma necessária reflexão acerca do planejamento e da preservação ambiental em meio urbano. Fortemente condicionada pelas formas de suas preexistências, a forma urbana resultante compõe-se de espaços públicos que se apropriam dos antigos lotes coloniais, estruturando-se nas resilientes estradas gerais, palco das maiores vivências do bairro. Já existentes no período colonial especialmente em função das práticas agrícolas e extrativistas, os conflitos ambientais ampliam-se e diversificam-se, apresentando efeitos que podem ir além de seus impactos imediatos.
Paola Peterle Rosa do Amaral Figueiredo. Transformação Sustentável do Território: o papel das ferramentas de avaliação do desempenho do ambiente urbano. 2017. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Transportes e Gestão Territorial). Universidade Federal de Santa Catarina. Orientadora: Adriana Marques Rossetto
Raviane Werner Mondini. Avaliação para planos de mobilidade urbana ¬ o caso do município de Itapema/SC. 2017. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Transportes e Gestão Territorial). Universidade Federal de Santa Catarina. Orientadora: Adriana Marques Rossetto.
Mariana Soares. Configuração espacial e criminalidade: o caso do campus universitário Reitor João David Ferreira Lima em Florianópolis. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – PósArq – UFSC—Florianópolis: UFSC, 2017. Orientador: Renato T. de Saboya. Ver resumo
As frequentes discussões sobre a segurança nos campi universitários, assim como a divulgação cada vez maior na mídia sobre os crimes que ocorrem nesses locais, parecem não ter a devida repercussão no planejamento físico dessas instituições. Com o propósito de trazer essa discussão para a pesquisa acadêmica, investigam-se características físicas do espaço que podem estar associadas à maior e menor ocorrência de crimes em campi universitários, realizando um estudo empírico no campus da Universidade Federal de Santa Catarina, Reitor João David Ferreira Lima, em Florianópolis-SC. Trata-se de estudo com caráter predominantemente qualitativo, que por meio de procedimento descritivo, a partir de modelo teórico criado pela autora, analisa e relaciona as seguintes variáveis: quantidade das ocorrências criminais de furto e roubo (dependente); características físicas – amplitude visual (barreiras visuais e intervisibilidade), conexões visuais, presença de ?esconderijos?, conexões funcionais, permeabilidade, quantidade de pessoas transitando pelo local, variedade de uso do solo, atratores de pessoas, iluminação, aparência do local e recursos de segurança (independentes); e caracterização econômica do entorno e valores de bens para furto e roubo (de controle). Os locais de análise (estacionamentos, bicicletários e caminhos) foram selecionados aos pares, sendo formados por locais que apresentassem índices de crimes contrastantes, dessa forma sendo possível comparar suas características físicas. Os resultados desta tese confirmam que as variáveis estudadas influenciam de diferentes formas nos tipos de crimes investigados em seus respectivos locais de análise (estacionamentos, bicicletários, caminhos). A melhor visibilidade do ambiente, assim como uma boa aparência estão associadas com menos ocorrências criminais. Já a maior movimentação de pessoas e permeabilidade dos espaços estão associadas a menos ocorrências nos crimes de furto e roubo de/em veículos e roubo de transeunte, porém não no crime de furto de/em bicicletas. Assim, um maior conhecimento sobre características físicas que podem influenciar na ocorrência de crimes parece ser necessário para que planejadores e arquitetos tenham consciência de como suas decisões projetuais, ao potencializarem ou restringirem a movimentação de pessoas, a visibilidade no local, entre outras características, podem oportunizar ou inibir a ocorrência de crimes.
SOUZA, Gustavo Peters.
Copresença, interação e diversidade: uma análise socioespacial do campus da Universidade Federal de Santa Catarina. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – PósArq – UFSC—Florianópolis: UFSC, 2017. Orientador: Renato T. de Saboya.
Ver resumoAs universidades e seus espaços externos têm sido foco de pesquisas recentes na busca por elementos que fomentem a criatividade e ideias inovadoras por meio do intercâmbio do conhecimento informal. Em oposição ao modelo hierárquico e departamental das universidade atuais, esse tipo de conhecimento é compartilhado por meio de configurações espaciais qualificadas que permitam interações interpessoais por meio de vínculos fracos. Esta dissertação pretende reconhecer as características dos espaços externos universitários que incentivam a copresença, a interação e a diversidade de perfis de usuários. Para isso, utiliza como estudo de caso o campus principal da Universidade Federal de Santa Catarina em Florianópolis. A pesquisa adotou métodos quantitativos e qualitativos na escala do campus e na escala local dos departamentos. As variáveis foram analisadas em oito áreas do campus, que tinham no mínimo um café como atrator e utilizando um raio de abrangência de 100 metros, baseando-se nas referências teóricas dos estudos de Allen. Aplicou-se as ferramentas propiciadas pelas teorias da Sintaxe Espacial, que foram verificadas por meio de observações comportamentais e da aplicação de 60 questionários para cada trecho, complementando com observações sobre a diversidade e a predileção dos usuários. Por último, correlacionou-se os resultados de todas as áreas, elaborando uma amostra geral da dinâmica do campus em relação a essas variáveis. Os resultados encontrados indicam que as áreas que promovem a intensidade de copresença, interação e diversidade em campi universitários configurados por meio de blocos isolados são espaços próximos aos serviços acadêmicos e estão bem integrados localmente em ambas as medidas sintáticas de Integração e Escolha. Esses centros de gravidades, quando em espaços bem conformados espacialmente, suportam a maioria das interações e auxiliam na apropriação dos espaços. A proximidade parece ser o fator decisivo para suportar vínculos interdisciplinares, estes que possuem maiores correlações com a medida de Escolha. Apesar de a qualidade das Isovistas possuir relevância em alguns áreas, as análises de Visibilidade e Permeabilidade não se mostraram tão eficazes.